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Violência policial: pesquisa aponta que quase 90% dos mortos em operações em 2021 eram negros

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Violência policial: pesquisa aponta que quase 90% dos mortos em operações em 2021 eram negros

Dados divulgados no estudo mais recente do Observatório de Segurança Pública, intitulado "Pele Alvo: A cor que a polícia apaga", dão curvas concretas para a violência policial no Rio. Em 2021, 87,3% do total de mortes ocasionadas por operações policiaisforam de pessoas negras.

Em um universo de 1.227 mortes por ação das forças de segurança, 1.060 mortes foram de pretos ou pardos. Os números colocam o Rio atrás apenas da Bahia, que soma dentre os mortos em operações policiais, 97,9% de pretos ou pardos.

Se tratando apenas do município do Rio, a cidade apresentou o maior número de mortes registradas no que se refere ao recorte racial, com um total de 458 mortes, ou 42,1% do total das mortes de pretos e pardos ocorridas em operações policiais em todo o estado.

Pilha de representações

Os números alarmantes foram apresentados em mais uma representação da deputada estadual Renata Souza (PSOL), a 27ª sobre letalidade policial desde 2019, que cobra do procurador geral de Justiça do Rio uma investigação rígida sobre o caso do jovem que foi baleado durante operação da PM em Manguinhos, no dia 3 de janeiro.

Marlon Anderson Cândido, de 23 anos, foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e está sob custódia porque a polícia diz que o jovem está envolvido com a criminalidade. Mas a família afirma que ele é inocente.

No documento, a deputada defende que não cabe à polícia ou ao chefe do Executivo, decidir por um julgamento de valor, ou de cor de pele, quem deve ou não morrer por meio da realização de “operações policiais desastrosas”.

Uma outra representação também pede providências sobre o caso do catador de reciclagem que foi morto durante uma operação na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, na manhã da última quinta-feira (5).

A vítima, identificada como Dierson Gomes da Silva, de 51 anos, foi atingida no quintal da casa onde morava por policiais que teriam confundido um pedaço de madeira que estava na mão dele com uma arma.

Extra