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Secretário de Saúde acrescenta poucas informações à CPI do Hospital da Mulher

Deputados estaduais criticam a "falta de conhecimento" do titular da pasta sobre os procedimentos
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A desinformação do Secretário de Saúde de Cabo Frio, Márcio Mureb, sobre a sua pasta e os problemas enfrentados pelas pacientes do Hospital da Mulher, que enfrenta uma CPI na Assembleia Legislativa, irritou os deputados estaduais que compõem aquela comissão parlamentar, em audiência que aconteceu nessa terça-feira (16/04). O depoimento de Mureb durou cerca de duas horas e, segundo os deputados, o secretário pouco acrescentou com informações para o andamento dos trabalhos. Os deputados chegaram a alertar Mureb que a CPI tem legalidade e que o simples fato dele negar o envio de documentos, como os prontuários das pacientes, pode ser considerada uma tentativa de obstrução dos trabalhos parlamentares e gerar sanções ao titular da pasta da saúde na Prefeitura de Cabo Frio.

Márcio Mureb explicou que assumiu a secretaria em setembro do ano passado e falou das dificuldades herdadas de governos anteriores. O que acontece é que a CPI está investigando a morte de 17 bebês que ocorreram na unidade justamente no período de novembro de 2018 a abril desse ano, período em que ele já era o titular da secretaria. Após ser pressionado mais uma vez pelos deputados, Mureb se comprometeu a enviar os documentos solicitados. A deputada estadual Renata Souza (PSOL), que preside a CPI do Hospital da Mulher, repudiou a declaração do Secretário de Saúde de Cabo Frio, quando ele diz que os salários dos médicos são baixos, tentando assim justificar a deficiência de profissionais nos quadros médicos do município. Segundo a parlamentar, "usar essa desculpa para justificar a mortandade de bebês é lamentável".

Outra representante da CPI da Alerj é a deputada estadual do PCdoB, Enfermeira Rejane, que ficou ainda mais indignada com as declarações de Márcio Mureb, até pelo fato dela ser da área da saúde. Rejane chegou a dizer que é inadmissível que o secretário desconheça o protocolo de atendimento da unidade bem como o fluxo de atendimento. Mesmo ele não sendo médico especialista da área, é seu dever como titular da pasta, segundo a deputada. "Isso se faz visitando as unidades. Me surpreende que o secretário não tenha essas e várias outras informações. São questões que fazem parte da administração de uma Secretaria", repreendeu.

Por sua vez, Márcio Mureb disse que o hospital abriu uma sindicância interna para apurar as causas das mortes dos nascituros, onde mais de 1.000 prontuários serão analisados no prazo de 90 dias. Durante seu depoimento na CPI, o secretário se comprometeu a entregar todos os registros no período da investigação da morte dos bebês. Em contrapartida, a deputada Renata Souza afirmou que não foram apresentados os prazos da sindicância. “Ainda não foi encaminhado nenhum relatório prévio. Enfim, é muita desinformação para um gestor e estamos preocupados se, de fato, teremos a colaboração da secretaria de saúde", completou

PRÓXIMOS PASSOS DA COMISSÃO DE INQUÉRITO NA ALERJ

Uma nova reunião da CPI do Hospital da Mulher está marcada para o dia 25 de abril (quinta-feira). Também será proposta pela CPI uma auditoria, a ser realizada pelo TCE para qualificar o andamento das investigações, pois teme-se que a comissão dê início à investigação sobre as mortes dos bebês e termine descobrindo um rombo no orçamento deste hospital. Será encaminhada, ainda, uma solicitação para que o Secretário de Estado de Saúde participe das próximas reuniões. O objetivo é provocar nas autoridades estaduais uma atenção à saúde de Cabo Frio, em especial, à situação da saúde dessas mães que estão perdendo seus bebês no Hospital da Mulher.

As oitivas da comissão de inquérito são transmitidas ao vivo pela TV Alerj e também ficam disponíveis para consulta da população no site da Assembleia Legislativa e nas redes sociais.

VEJA NA ÍNTEGRA OS DEPOIMENTOS DADOS À CPI DA ALERJ NESSA SEMANA

 

Plantão dos Lagos

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