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Rossino, de 65 anos, tem a vida marcada pela luta cotidiana em busca da garantia dos direitos das populações faveladas do Estado do Rio de Janeiro

· Destaques das favelas
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Rossino, de 65 anos, tem a vida marcada pela luta cotidiana em busca da garantia dos direitos das populações faveladas do Estado do Rio de Janeiro

Quem integra os movimentos de favelas do Rio de Janeiro tá ligado nessa grande referência e lenda das favelas chamado Rossino Diniz, de 65 anos.

Rossino, filho de Severino Diniz e de Maria Diniz, é nascido e criado em Cordovil, Zona Norte do Rio de Janeiro. Há 11 anos, ele ocupa o cargo de Presidente da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (Faferj). Nesse mês de novembro, que é aberto pelo dia 04/11, o "Dia da Favela", Rossino é nosso ‘Destaques de Favelas’! Afinal, não tem como falar de favelas e não mencionar sua luta cotidiana em prol desses territórios tão cheios de cultura, saber, construção comunitária, mas tão ausentes de direitos, não é mesmo!? Por isso, confira aqui um pouquinho sobre como Rossino começou o seu trabalho: 

“Eu comecei na luta comunitária porque quando casei, fui morar numa comunidade chamada Divinéia, na Cidade Alta, em Cordovil. Lá tinha uma Associação de Moradores em que o presidente fazia fraucatua com ticket de leite. Ele levava o deputado lá e ganhava as coisas, mas não passava para o povo. Ele vendia o ticket de leite. Isso era parte de um programa do governo federal. A pessoa ganhava um ticket e valia um leite, as padarias aceitavam, era lei naquele período”, disse. 

De acordo com Rossino, em função desse problema, o presidente dessa associação foi afastado e o espaço ficou fechado por quase dois anos. Mas diante da importância das associações para o dia a dia dos moradores no que se refere à busca por garantias de direitos, as pessoas começaram a reclamar do fechamento dela: “Reclamavam porque não tinham mais benfeitoria para a comunidade. E eu era uma das pessoas que ajudava na questão da água, a fechar o esgoto. Naquela época tinha muito mutirão e a comunidade começou a me incentivar a entrar para a associação e ser presidente. Eu trabalhava no Sindicato dos Metalúrgicos. Era um sindicato com uma postura bem política, aí eu fui incentivado e entrei para a associação, isso foi nos anos 70”. Em seguida, contou: “Eu assumi a associação lá na Divinéia e estou trabalhando com essa questão social até hoje e acabei vindo parar na Federação”. 

A Faferj é uma federação que originou-se das lideranças comunitárias que se concentravam na luta contra a ditadura militar. Ela foi formada e fundada com o apoio do Partido Comunista (PC) que naquela época tinha grande atuação dentro das favelas do Rio. A principal função e importância de uma federação como esta para as favelas é que ela ainda hoje apoia na fundação e regularização das Associações de Moradores. Além disso, apóia a organização e reivindicação de direitos pela construção da luta coletiva por cidadania nas favelas. 

Para fechar, Rossino explicou que esse trabalho social é parte da sua vida e que só na Faferj ele já atua como presidente há 11 anos: “A Federação é um gigante. É um instrumento muito forte para as comunidades. Infelizmente, o povo brasileiro não tem muita vontade de se unir e querer lutar, são descansados, era pra ter mais gente interessado nessa luta”. Ainda de acordo com ele, a Faferj é um trunfo muito forte para as favelas e convidou todos a conhecerem esse trabalho: “Hoje, nossa equipe é formada por quatro pessoas e eu convido a juventude a se interessar mais por política, a chegar aqui na Faferj e ser parte, ela está aberta. A gente sabe que os jovens são o futuro né, a Faferj está aberta. É só acessar nosso site e chegar aqui que a gente abraça”, finalizou a grande referência favelada das Associações de Moradores.

Obrigada Rossino! Vida longa à Faferj! 

Aproveite e conheça um pouco mais do trabalho realizado pela Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro - Faferj