Renata Souza visita acampamentos em Macaé e identifica investimento público na agroecologia como possível solução estratégica para o combate à miséria
A presidente da Comissão Especial de Enfrentamento à Miséria da Alerj, deputada estadual Renata Souza (PSOL), visitou, nesta sexta-feira (4/6), dois acampamentos do MST em Macaé, no Norte Fluminense, onde foi conferir o agravamento das condições de vida da população e também o potencial estratégico da produção agroecológica em dois acampamentos do MST em Macaé, na região Norte-Fluminense.
No acampamento Edson Nogueira, que existe há três anos, reúne 150 famílias e é chefiado por mulheres, a parlamentar conheceu a proposta de transformação do local em uma escola de formação em agroecologia. Para isso, os acampados lutam ainda para que a Prefeitura providencie um termo de cessão do uso do terreno e políticas públicas de apoio à iniciativa. Segundo o pessoal do acampamento, nunca foi possível uma conversa direta com a Prefeitura. A deputada assumiu perante o movimento o compromisso de atuar para facilitar que aconteça esse diálogo.
A deputada Renata também visitou o Projeto de Desenvolvimento Social (PDS) Oswaldo Oliveira, que é referência no estado em produção agroecológica e existe há dez anos. Legalizado, o PDS, no seu auge, chegou a distribuir mais de uma tonelada de alimentos por semana para a merenda escolar municipal, feiras e mercados da região. Mas, no período da pandemia, o PDS tem sofrido cada vez mais os efeitos do aprofundamento de problemas como a falta de energia, de transporte e de obras de infraestrutura. Além de tais demandas emergenciais por ações da Prefeitura, da Enel e do Incra, há uma reivindicação histórica de inclusão do PDS no Programa de Aquisição de Alimentos Estadual, em parceria com o movimento dos trabalhadores rurais sem terra. A presidente da Comissão Especial da Alerj se comprometeu em agir para fortalecer essa luta, assim como assumiu o compromisso de dialogar com as instituições e órgãos cabíveis para a intervenção emergencial no acampamento, onde vivem e trabalham 63 famílias.
“Em tempos de Covid, a população do campo fica ainda mais esquecida. O nosso propósito com essa visita foi justamente o de fazer o diagnóstico da situação de alta vulnerabilidade em que vive essa população acampada ou assentada em Macaé. Precisa ser uma prioridade do poder público em todas as esferas reconhecer a dignidade dessas pessoas o seu direito à moradia e a melhores condições para consumir e viver da produção e da distribuição de alimentos sem veneno, saudáveis e seguros. Essa é uma realidade bastante possível, que para acontecer basta haver vontade política”, disse a deputada Renata Souza ao final da visita.