A deputada estadual Renata Souza (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) recebeu na manhã desta segunda-feira, dia 07, os parentes das meninas Emilly Victoria, de 4 anos de idade e Rebeca Beatriz, de 7, assassinadas na noite de sexta-feira, dia 4/12. A parlamentar anunciou o encaminhamento do caso à Defensoria Pública, para assegurar assistência jurídica. Além disso, ofereceu acompanhamento psicológico. E, em uma ação de seu mandato, encaminhará à ONU uma atualização sobre o número de crianças e adolescentes assassinadas no Rio de Janeiro.
Participaram do encontro, Ana Lúcia Silva Moreira, mãe de Emilly e o pai e a avó de Rebeca, Michael e Lidia Santos. Segundo dados da Ong Rio de Paz, neste ano de 2020 já são 12 crianças mortas por balas perdidas no Rio, em média uma por mês. Desde 2007, são 79 crianças assassinadas.
Renata Souza disse, também, que nada que o Estado fizer vai reparar a dor das famílias, e ressaltou a necessidade de se fazer Justiça. Além disso, reafirmou a urgência de mudanças na política de segurança do país. “Já fizemos um comunicado à ONU quando o João Pedro foi assassinado na comunidade do Salgueiro. Agora vamos atualizar a comunicação.”
A avó de Rebeca afirmou que busca justiça pela neta e “por todos os demais”. Ela destacou que na maioria das vezes a violência contra a população parte daqueles que a deveriam defendê-la. “Aqui o Estado mata os seus”.
O assassinato – Rebeca e Emily foram assassinadas na noite de sexta-feira, quando esperavam a avó chegar do trabalho. Elas estavam na calçada de casa, pois pretendiam fazer um lanche com Lidia. Emily foi alvejada com um tiro de fuzil na cabeça e Rebeca com um tiro no abdômen. Os parentes e moradores afirmam que um carro da polícia parou em frente à rua e o policial fez os disparos.
Ana Lúcia Silva Moreira desabafou: “Eles só sabem fazer isso, dar tiro. Olhou, dá tiro. Quando percebi, eu só peguei o documento. Porque eu já sabia, minha filha já estava estirada. A minha filha levou tiro de fuzil na cabeça. A minha filha já estava morta. A minha sobrinha deu tempo de correr e morreu ao lado da caixa d’água da mãe dela. Os moradores estão comigo. Não é vereador, não é prefeito, não é governador. São os moradores”.
Os cinco policiais que estavam na região dos assassinatos prestaram depoimento e tiveram as armas apreendidas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Foram cinco pistolas e cinco fuzis. A Polícia Militar afirma que os disparos não partiram de seus policiais.
Diario do Rio