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Nesta terça-feira (16) a CPI do Hospital da Mulher de Cabo Frio ouviu o Secretário de Saúde do município, Márcio Mureb e três enfermeiras da unidade. O secretário assumiu a pasta em setembro de 2018 e quatro meses após sua posse vieram 10 bebês já tinham morrido na unidade. Desde então 18 nascituros faleceram na unidade.
Ao contrário dos antigos diretores do hospital, desligados de seus cargos horas após serem ouvidos pela CPI, Márcio Mureb declarou que as mortes não são de responsabilidade das gestantes mas que diversos fatores levam estes bebês à óbito: “Não podemos dizer que a morte aconteceu por um fato só, ela é multifatorial. Havia na gestão anterior um discurso de que a gestante era a causadora daquele problema diretamente. E não é isso ela é uma vítima. Por isso nosso principal objetivo hoje é humanizar o protocolo de atendimento”.
A deputada Renata Souza, presidenta da CPI, lembrou que os prontuários das gestantes foram solicitados à unidade desde o início da comissão e até agora não foram entregues. Há uma semana mais um bebê morreu na unidade, segundo o Secretário de saúde a causa foi infecção: “Quando o senhor traz a informação da causa morte desse bebê, me parece que o secretário tem o retorno imediato dessa causa morte e esta CPI que desde um primeiro momento solicitou à antiga gestão os prontuários e não fomos atendidos”. Mureb alegou sigilo profissional para a não entrega dos prontuários, ignorando o fato que toda CPI possui autoridade legal para ter acesso à estas informações. “Esta é uma CPI realizada por deputados e temos meios de encaminhar judicialmente todas as pessoas que consideramos responsáveis por esta situação. Esta CPI tem toda a prerrogativa de ter estes prontuários”, explicou a deputada Renata Souza.
Ao final das oitivas a presidência da CPI reforçou o pedido de acesso aos prontuários e recomendou que a comissão de óbito do hospital se reúna a cada 15 dias.
A próxima reunião da CPI ser´no dia 25 de abril, às 13h na sala 311.