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Primeiro time de Fut 7 LGBTQIAP+ do Rio de Janeiro, BeesCats lança plano de sócios

O plano já teve o apoio de políticos como Monica Benicio, Flávio Serafini, Renata Souza e Tarcísio Motta

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Primeiro time de Fut 7 LGBTQIAP+ do Rio de Janeiro, BeesCats lança plano de sócios

O plano já teve o apoio de políticos como Monica Benicio, Flávio Serafini, Renata Souza e Tarcísio Motta

Campeões da Champions LiGay duas vezes, segundo lugar no GayGames de Paris, em 2018, entre outras conquistas, os BeesCats, o primeiro time de Fut 7 LGBTQIAP+ do Rio de Janeiro não cansa de trazer novidades. Desta vez, o time formado em 2017 inovou criando seu plano de sócios, conseguindo apoio de políticos como Monica Benicio, Flávio Serafini, Renata Souza e Tarcísio Motta.  

“Lançamos o nosso sócio-torcedor e conseguimos esses e outros apoios. Em algum momento, nós tivemos patrocínio. Fomos vice-campeões mundiais na França, patrocinados por um hotel para adultos de São Paulo. Ficamos sem patrocinadores e lançamos esse programa de sócio torcedor com vários benefícios e formas de apoio através do site Benfeitoria. A gente só não está aceitando joia esquisita, os outros apoios estamos aceitando”, conta Pedro Mara, diretor de futebol do BeesCats. Para maiores informações, é só falar no instagram da equipe.

Tudo começou com um futebol que acontecia no bairro de Botafogo. Mais gente foi sendo chamada, pela Internet, para jogar, e uma pelada gay foi formada. “Cada vez mais as pessoas apareciam, virou quase um fenômeno esse encontro”, lembra Pedro. Ele também conta que entre os jogadores do BeesCats, muitos tentaram a carreira profissional, mas pararam na barreira do ambiente machista que domina este esporte.

Sobre essa marcação hetero do futebol, Pedro Mara conta que “felizmente, o futebol feminino tem ganhado destaque nos últimos tempos. E a Copa do Mundo mobilizou bastante, então acho que isso pode também ser um pouco do futuro para o futebol LGBTQIAP+. Nós estamos falando do futebol profissional como um espaço extremamente machista, homofóbico e isso se reflete nas ligas amadoras, nas divisões de base. A gente tem muita expectativa de mudar as coisas. A gente vai pros estádios e ainda escuta as mesmas músicas de antigamente, que no fundo continuam homofóbicas. Ainda são lugares onde a gente não se sente seguro para beijar o namorado, andar de mão dada, mas enfim, contra o pessimismo da razão, a gente tem o otimismo da vontade. Times como o nosso são para quebrar essa lógica preconceituosa no futebol”.

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Para jogar a maior parte dos atuais torneios que o BeesCats joga existe a regra de não ser heterossexual. Contudo, eles também disputam outras ligas, como a Super Liga Carioca de Fut 7 . Neste ano, conseguiram o acesso da série D para a série C. “Incrivelmente foi um espaço de muito acolhimento, muito respeito. Recebemos mensagens de muitos times querendo marcar amistoso. Às vezes olham assim ‘é time de viado, vamos amassar’, mas em campo não é bem assim que a banda toca. Rola preconceito nas questões estruturais”, explica Pedro Mara, que é sociólogo.

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Acontecimento muito comum nessas ligas amadoras de Fut 7, os jogadores costumam ter outras profissões e conciliá-las com as atividades esportivas. Os treinos dos BeesCats, que conta com jogadores advogados, engenheiros, jornalistas, são em Del Castilho ou no Aterro do Flamengo, normalmente na parte da noite.

 

O BeesCats tem muitos títulos, mas eles afirmam que a maior conquista são os atletas, receber pessoas, acolher, criar um ambiente sem preconceitos, inclusivo para que as pessoas joguem bola e mostrar que o futebol, esporte mais popular do Brasil, é sim para todos. “A gente ajuda a vencer barreiras e nossa luta é também para transformar esse combate ao preconceito no futebol em política pública e para isso precisamos de apoios que vão além do parlamento. Tem que ter envolvimento do Poder Executivo também para que isso aconteça”, finaliza Pedro.

Diário do Rio

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