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Pedidos por Justiça marcam missa em homenagem a Marielle Franco e Anderson Gomes

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Pedidos por Justiça marcam missa em homenagem a Marielle Franco e Anderson Gomes

 

Lágrimas e pedidos de Justiça marcaram a missa em memória de Marielle Franco e Anderson Gomes, realizada nesta terça-feira (14), na Igreja Nossa Senhora do Parto, no centro do Rio de Janeiro. A cerimônia faz parte das homenagens aos cinco anos dos assassinatos.

Monica Benicio (viúva), Marinete da Silva (mãe), Antônio Silva (pai) e outros parentes assistem à missa realizada em homenagem à vereadora Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes, mortos há cinco anos - Mauro Pimentel/AFP

A vereadora do PSOL e seu motorista foram mortos a tiros em 2018.

Na primeira fileira, a filha de Marielle, Luyara, e os pais, Marinete da Silva e Antônio Francisco da Silva Neto, acompanharam a celebração ao lado da viúva da vereadora, vereadora Monica Benicio (PSOL).

Por diversas vezes, Monica chorou e foi amparada pela mãe de Marielle. "Infelizmente, o Estado brasileiro ao não responder [quem matou Marielle] faz com que a gente precise não só revisitar as saudades, mas também revisitar a violência para seguir cobrando justiça, para que nunca mais aconteça nada parecido", disse, ao final da missa.

Agatha Arnaus, viúva de Anderson, também acompanhou a celebração. Ela vestia uma blusa que pedia Justiça. Quando Anderson morreu, o filho deles tinha um ano de idade. "Depois de cinco anos acaba que a saudade toma um lugar diferente. Meu filho tem seis anos, foco nele, então a vida vai sendo tocada, né? É inevitável, só seguir. Mas estou aqui em memória do Anderson, pelo Anderson, para que ele tenha muito orgulho da gente também", disse.

Os cinco anos do crime são marcados também por atividades culturais pela cidade e por reuniões do Comitê Justiça por Marielle e Anderson com autoridades responsáveis pela investigação do crime. O comitê é formado pelo Instituto Marielle Franco, pela vereadora Monica Benício, por Agatha Reis e pelas organizações Justiça Global, Terra de Direitos Coalizão Negra por Direitos e Anistia Internacional.

Monica tinha uma reunião marcada com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), após a missa, mas não quis participar. O encontro foi marcado pela Anistia Internacional, entidade que faz parte do Comitê Justiça por Marielle e Anderson, que cobra avanço nas investigações do crime.

A vereadora, no entanto, foi até o Palácio Guanabara, sede do governo, para falar seus motivos à imprensa. "Nessa mesma data há um ano ele [Castro] recebeu as organizações, Anistia Internacional e os familiares para dizer que tinha compromisso com a elucidação do caso. E a gente não vê isso, nem publicamente nem na prática", disse.

Em nota, Castro declarou ter compromisso com a elucidação do caso e garantiu apoio incondicional à ação conjunta entre a Polícia Civil, o Ministério Público e a Polícia Federal.

Na praça Mauá, no centro, uma escultura gigante em homenagem a Marielle foi montada em frente ao Museu de Arte do Rio. "Corte Seco - Marielle", de 11 metros de altura, foi doada pelo artista Paulo Nazareth para o Instituto Marielle Franco e ficará nos pilotis do museu.

Folha de São Paulo

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