Falta de política públicas dificulta prevenção do feminicídio, diz deputada
Vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio, Renata Souza entende que aumento dos casos é preocupante
A vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio, a deputada Renata Souza, alerta que a falta de políticas públicas para a prevenção da violência contra a mulher é um dos obstáculos para a redução dos casos de feminicídio no estado.
Somente nesta semana, pelo menos outros três novos episódios de violência contra mulher repercutiram na imprensa. Segundo Renata, o aumento dos casos é preocupante.
O caso mais recente envolveu a jornalista Luka Dias, de 37 anos. Ela foi mantida em cativeiro por três dias, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Luka contou que foi agredida com cassetete, soco-inglês e golpes de mata-leão pelo namorado.
Fred Henrique Moreira foi preso e vai responder pelos crimes de tentativa de feminicídio, tortura e cárcere privado. Segundo a Polícia Civil, o homem já tinha passagens por violência doméstica. Uma outra investigação também apura se o homem estaria envolvido com a venda drogas em vários pontos do Rio.
Ainda nessa semana, em Anchieta, na Zona Norte do Rio, Ive Dourado foi agredida na porta de casa. A Polícia Civil investiga se o ex-marido de Ive foi o responsável pelo crime.
Em Sapucaia, no Sul Fluminense, um homem foi preso acusado de matar Thuane da Silva Santos na segunda-feira (2) em Magé, na Baixada Fluminense. O corpo dela foi enterrado na casa dele e encontrado com sinais de violência sexual.
Dados do Boletim "Elas Vivem", da Rede Observatórios da Segurança, revelaram que, no Rio de Janeiro, aconteceu um caso de tentativa de feminicídio a cada dois dias em 2021. Ainda de acordo com o levantamento, foram contabilizados 375 eventos de feminicídio no Rio, um aumento de 18% com relação ao ano anterior.
O Dossiê da Mulher de 2021, última edição da pesquisa divulgada pelo Instituto de Segurança Pública do estado, mostrou que, em 2020, mais de 98 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar no estado do Rio em 2020.
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