Deputada vai pedir que o Ministério Público do Rio investigue mortes no Complexo do Salgueiro
Renata Souza disse que há resquício de vingança na operação policial que aconteceu no fim de semana na comunidade de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio
Rio - A Deputada estadual Renata Souza (Psol) disse, nesta segunda-feira (22), que vai pedir ao Ministério Público do Rio que investigue a ação da Polícia Militar que resultou em pelo menos oito mortes de suspeitos no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Moradores da comunidade retiraram os corpos que estavam em uma área de mangue.
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Corpos encontrados em área de mangue no Complexo do SalgueiroMarcos Porto/Agência O DIA
A parlamentar afirma que a operação na comunidade teve tom de retaliação por conta da morte de um policial militar baleado em um dos acessos ao Salgueiro. O sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 40 anos, era lotado no Grupamento de Ações Táticas do 7º BPM (São Gonçalo) e foi morto durante patrulhamento em um dos acesso à favela. No domingo, uma idosa de 71 anos foi baleada no braço esquerdo.
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"É muito preocupante o que aconteceu no Salgueiro. Além de se apresentar um descumprimento da lei que garantiu critérios das operações policiais em plena pandemia, também tem resquício de operação vingança, quando, infelizmente, um policial vem a óbito e há uma operação desregrada e desorganizada, só para deixar corpos no chão. Nesse sentido, nós estamos apresentando uma representação no Ministério Público Estadual. É preciso que haja imediatamente investigação sobre o que aconteceu no Complexo do Salgueiro", disse a deputada.
Moradores afirmam que policiais estavam escondidos dentro da comunidade e trocaram tiros com traficantes em uma área de mangue. Após o confronto, os policiais foram embora e deixaram os corpos para trás.
Alguns comerciantes denunciaram abusos por parte dos agentes. Em mensagens pelas redes sociais, muitos alegam que policiais invadiram os estabelecimentos para pegar bebidas que estavam nas geladeiras. Nas paredes, escreveram siglas e nomes de lideranças de outras facções, como o nome do miliciano Danilo Dias, o Tandera.
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Desde as primeiras horas desta segunda-feira, um grupo de moradores do Salgueiro se reuniu para retirar os corpos de dentro do mangue. Áudios divulgados em grupos de WhatsApp afirmam que há mais de 20 corpos no local, mas os números oficiais são de oito vítimas.
O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, disse que a maioria dos mortos na ação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) faz parte da quadrilha liderada pelo traficante Antônio Ilário Ferreira, o Rabicó do Salgueiro.
A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo vai investigar o caso. A polícia ainda não divulgou a identificação dos mortos. Os corpos foram levados em dois carros da Defesa Civil para o Instituto Médico Legal de São Gonçalo.
O Dia