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Deputada quer que MP investigue mortes no Salgueiro

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Deputada quer que MP investigue mortes no Salgueiro

A deputada estadual Renata Souza (PSOL) apresentou ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) uma representação para que haja uma investigação na ação da Polícia Militar que resultou na morte de pelo menos oito pessoas no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Os corpos foram localizados por moradores e retirados de uma área de mangue no bairro Palmeiras nesta segunda-feira (22/11).

Renata apontou que a operação teve tom de retaliação devido à morte de um policial baleado no último sábado (20/11) durante uma troca de tiros entre militares e criminosos. O sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 40 anos, que era lotado no Grupamento de Ações Táticas do 7º BPM (São Gonçalo), foi morto durante um patrulhamento em um dos acesso ao Salgueiro. No domingo (21/11), já com a PM no local, uma troca de tiros deixou uma idosa de 71 anos baleada no braço.

"É muito preocupante o que aconteceu no Salgueiro. Além de se apresentar um descumprimento da lei que garantiu critérios das operações policiais em plena pandemia, também tem resquício de operação vingança, quando, infelizmente, um policial vem a óbito e há uma operação desregrada e desorganizada, só para deixar corpos no chão. Nesse sentido, nós estamos apresentando uma representação no Ministério Público Estadual. É preciso que haja imediatamente investigação sobre o que aconteceu no Complexo do Salgueiro", disse a deputada.

Moradores relataram que os militares estavam escondidos dentro da comunidade em uma estratégia conhecida como "Troia". Renata Souza é autora do projeto de lei que proíbe esse tipo de prática. Ainda de acordo com os relatos, após o confronto com criminosos, os agentes teriam deixado os corpos na área de mangue.

Moradores relatam abusos de policiais

Nas redes sociais, comerciantes denunciaram abusos na operação da polícia, alegando que policiais invadiram estabelecimentos para pegar bebidas em geladeiras. Em outros locais próximos à cena do crime, alguns agentes também teriam escrito siglas e nomes de lideranças de outras facções, como o do miliciano Danilo Dias, conhecido como Tandera.

Na manhã desta segunda-feira, também foi encontrada a seguinte mensagem escrita em um portão: "Obrigado pela recepção. Bonde do caça siri." O texto faz uma referência devido ao fato de os corpos terem sido encontrados em uma área de mangue, habitat natural de siris. Áudios divulgados em grupos de WhatsApp afirmam que há mais de 20 corpos no local, mas até o momento os números oficiais são de oito vítimas.

De acordo com o tenente-coronel Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar, a maioria dos mortos na ação do faz parte da quadrilha liderada pelo traficante Antônio Ilário Ferreira, o 'Rabicó', uma das principais lideranças da facção Comando Vermelho (CV), que domina o tráfico de drogas na região.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). A polícia ainda não divulgou a identificação dos mortos. Os corpos foram levados em dois carros da Defesa Civil para o Instituto Médico Legal de São Gonçalo.

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