Comunidade do Horto Florestal pode virar patrimônio cultural do Rio
A comunidade do Horto Florestal, no Jardim Botânico, pode ser declarada patrimônio cultural e imaterial do Estado do Rio. O projeto de lei foi apresentado pela deputada Marina do MST, com coautoria da deputada Renata Souza.
A intenção é reconhecer a importância histórica da comunidade como garantir a posse da terra para as famílias que ali chegaram há mais de 200 anos, justamente para construir aquele que hoje é um dos principais pontos turísticos e de preservação ambiental do Rio de Janeiro.
A comunidade foi inicialmente constituída por 621 famílias descendentes de ex-escravizados e por trabalhadores que construíram o Jardim Botânico, ainda no século XIX, em uma ocupação que, à época, era estimulada pela própria administração após a chegada de D. João VI ao Brasil.
Atualmente, a maior parte dos moradores do Horto é composta por ex-funcionários do Jardim Botânico, como jardineiros e guardas florestais. Contudo, entre os anos de 1940 e 1960, após as remoções da favela Beira da Lagoa promovidas pelo governador Carlos Lacerda, os moradores foram transferidos para o núcleo Dona Castorina, no Horto.
Mas apesar de consolidada há cerca de noventa anos, desde a década de 1980 a comunidade enfrenta investidas ameaças de remoção pelo próprio Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, que hoje têm o domínio das terras da União.
O Globo