Comissão da Alerj aponta que déficit de policiais mulheres agrava violência de gênero
Mulheres que sofreram violência doméstica e enfrentaram revitimização em unidades policiais do Rio prestaram depoimento em audiência pública realizada, nesta terça-feira (22), pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio, presidida pela deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ).
Elas foram submetidas a situação vexatória em DEAM, justamente onde deveriam ter tido acolhimento, atenção e cuidado. Entre os fatores identificados como possível causa há a escassez de mulheres policiais nas unidades especializadas.
Embora as mulheres sejam 53% da população, o efetivo feminino da Polícia Civil não passa de 25% do total de cerca de 8 mil agentes. "Essa desproporção impacta gravemente nas condições de acolhimento, escuta e atendimento nas unidades policiais das demandas das mulheres vítimas da violência de gênero no estado", afirmou a deputada, que conduziu a reunião.
O dado foi compartilhado, em depoimento à Comissão, pela coordenadora das Delegacias Especializadas em Atendimento a Mulheres (DEAM), Gabriela Von Beauvais. Ela revelou que entre os profissionais de perícia o desequilíbrio também é patente: há dos 157 peritos, apenas 47 são mulheres.
Segundo a delegada, das 16 mil ocorrências registradas nas 14 Deam existentes no primeiro semestre do ano passado, 11 mil redundaram em medidas protetivas para as vítimas e apenas 0,2% das denúncias eram falsas. "Esse dado é importante pra reforçar a voz das mulheres, muitas vezes desacreditadas e até mesmo culpabilizadas pela violência que sofrem", afirma Renata.
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