Assassinato de Marielle: Polícia Civil troca delegado pela quinta vez
Perto de completar quatro anos, o caso segue sem solução e sem qualquer pista para responder a principal pergunta: quem são os mandantes da execução da vereadora e do motorista
A investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018, vai passar pela quinta mudança de delegado responsável. A nova substituição foi publicada em um boletim da Polícia Civil divulgado na noite desta terça-feira (01).
Edson Henrique Damasceno, titular da Delegacia de Homicídios da Capital, que estava responsável pelo caso Marielle Franco, vai para a chefia do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP). Em seu lugar, assume o delegado Alexandre Herdy, que era titular da 10ª DP (Botafogo), que passa a ser comandada por Daniel Rosa, que estava à frente da 15ª DP (Gávea). As mudanças devem ocorrer ainda nesta semana.
“É inadmissível que ainda não tenhamos respostas sobre esse crime”
O Instituto Marielle Franco divulgou uma nota onde critica a nova mudança de delegado na investigação do assassinato da vereadora, que no mês que vem completa quatro anos.
“A quase um mês dos 4 anos sem respostas sobre quem mandou matar Marielle e o porquê, acordamos com mais uma mudança no caso na Polícia Civil. O quinto delegado a assumir a responsabilidade de trazer respostas sobre esse crime que chocou o Brasil e o mundo”, diz o instituto.
Para o Instituto Marielle “é inadmissível que ainda não tenhamos respostas sobre esse crime. É responsabilidade do Estado brasileiro fornecer resultados sobre a investigação, transparência no andamento do processo, apoio, suporte e proteção as famílias de Mari e Anderson”.
“Chocante”
“A notícia de q a investigação sobre o feminicídio político de Marielle passou p/ as mãos de um quinto delegado é chocante. São quase quatro anos s/ respostas. Em um ano de eleições, é desalentador q não se espere avanço sobre o mandante e/ou mandantes de um crime político”, criticou Renata Souza.
Quem mandou matar Marielle Franco?
A vereadora Marielle Franco e o seu motorista Anderson Gomes foram executados em março de 2018, no Estácio, que fica na região central do Rio.
Após um ano de investigação, a polícia prendeu o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz e os apontou como os autores do crime. Porém, até hoje não se sabe a mando de quem os dois homens teriam cometido o crime.
Desde então, o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes vive entre muitas perguntas e sem nenhuma resposta.
Além disso, até hoje a Polícia e o Ministério Público não conseguiram descobrir o paradeiro da arma utilizada para matar Marielle e Anderson.
De acordo com a perícia do caso, sabe-se que foi utilizada uma metralhadora MP-5 com munição UZZ-18.
As investigações também revelaram que fuzis foram jogados ao mar no dia seguinte à prisão de Lessa, em março de 2019. Porém, nenhuma arma foi encontrada.
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz estão presos nas penitenciárias federais de Campo Grande e de Porto Velho e vão a júri popular, que ainda não tem data para ocorrer.
Por fim, cabe destacar que, apesar da prisão dos supostos executores de Marielle e Anderson, a principal pergunta segue sem resposta: quem são os mandantes.
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