Alerj debate danos causados pelas chuvas à agricultura do RJ
Apenas nos primeiros dias de janeiro mais de sete mil propriedades rurais do RJ foram impactadas pelas chuvas. Alerj debate prejuízos à agricultura
As chuvas dos primeiros 15 dias de janeiro causaram prejuízos à agricultura em mais de 7,3 mil propriedades rurais familiares no Estado. O dado foi apresentado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do estado (Emater-Rio) em audiência pública realizada nesta terça-feira na Comissão de Enfrentamento à Miséria da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O prejuízo ultrapassou os R$ 35 milhões.
A reunião foi realizada para debater o impacto dos desastres naturais na produção de alimentos no Estado do Rio de Janeiro e abordou também a necessidade de implementação de políticas públicas de prevenção. “Há uma falta de compromisso dos gestores públicos com a segurança alimentar da população. Chuvas são previsíveis, têm data para acontecer. O poder público é negligente. Temos tecnologia suficiente e condições de reduzir o impacto destes fenômenos”, afirmou a presidente da Comissão, deputada Renata Souza (PSol).
Representante da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado, Ezaquiel Conceição, defendeu o fortalecimento da Emater-Rio. “Muita coisa não chega na ponta. Este é um debate muito importante. No entanto, vemos o quadro de funcionários da Emater só diminuir. Sem a devida assistência técnica fica muito difícil produzir”, declarou.
Outro problema que persiste ao logo dos anos é a falta de estrutura logística para chegada de insumos e escoamento da produção. A representante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Rosana Martucheli destacou que a questão tem impacto direto no custo dos alimentos.
“Nossa logística é muito cara. Não é viável. Ficamos na mão dos atravessadores que pagam muito pouco. Além disso os insumos agrícolas em nosso estado são muito caros”, afirmou.
O deputado Waldeck Carneiro (PSB) ressaltou a relevância de o parlamento olhar para a agricultura familiar. “Temos que focar na agenda dos pequenos produtores, no direito à terra, na infraestrutura da produção, na discussão de linhas de créditos que fomentem a produção. Do ponto de vista da atuação do poder público, a agricultura familiar está abandonada”, criticou Carneiro.
Diário do Porto